As botas sujas de terra
E cavavam.
Cavavam, cavavam...
Tchão... tchão; tchão... tchão; tchão... tchão;
Cavava cada um sua valada,
Cada um a sua linha da vida,
cada um o seu fado,
Entre as cepas das videiras.
Cavavam, cavavam...
Tchão... tchão; tchão... tchão; tchão... tchão;
Dez homens cavavam
a vinha.
Eram dez homens
Na vinha
E uma mulher
E as enxadas subiam e desciam
A passo certo e ritmado.
Tchão... tchão; tchão... tchão; tchão... tchão;
O telhado da primeira casa da aldeia
Espreitava a seguir às alminhas
E nem uma aragem nas ramadas,
Nem um pássaro,
Naqueles campos em redor...
Os dez homens e a mulher cavavam
A vinha.
Eles cavavam... cavavam...
Tchão... tchão; tchão... tchão; tchão... tchão;
Pois cavavam...
Mas de guitarra
Nas mãos!
O telhado da primeira casa da aldeia
Espreitava a seguir às alminhas
E naqueles campos em redor...
Tchão... tchão; tchão... tchão; tchão... tchão;
Só o tanger pungente
Das guitarras!
Disse guitarras?
Cabeça tonta!...
Enxadas!...
Enxadas!