-Imagina que eras terra.
-Eu seria cavador de sol a sol.
-Imagina que eras regato.
-Eu seria calma de Verão.
-Imagina que eras prado.
-Eu seria cavalo baio.
-Imagina que eras carvalho.
-Eu seria a tua sombra.
-Imagina que eras vento.
-Eu seria folha de árvore
Só para voar bem longe
Quando te levantasses.
Tu e eu... os dois...
O que não seria!
Mas por desgraça
Não és terra,
Nem regato,
Não és prado,
Nem árvore,
Não és vento...
Não és nada!
E assim sendo...
Também eu
Nunca poderei ser
tudo o resto!
E sabes porquê?
Sabes porquê?
É que para ser tudo aquilo
Que tu não és,
Tem de ser-se pássaro
Primeiro
E voar...
Voar bem alto...
Bem acima do cume das montanhas,
Onde os dias são mais nítidos
E mais precioso o ar
Que se respira.
E pelos vistos...
Tu não eras
Pássaro!