A janela ao centro, por cima da colunata, mesmo sobre a estátua, era a do quarto do Basílio
Hoje o meu amigo Basílio do Nascimento Martins comemora uma década à frente da Diocese de Baucau, em Timor.
Foi um dos seminaristas, que acompanhou o então bispo de Dili, aquando da invasão Indonésia, passando enormes sacrifícios e privações na fuga. O que ele contava desta fuga era arrepiante!
Veio estudar para Évora, onde se ordenou em 1977, mas com o sonho de regressar a Timor, o que tentou por diversas vezes. A ditadura Indonésia impediu-lhe sempre o visto até 1994, pelo que tive a felicidade de o ter como meu director espiritual e de termos vivido sob o mesmo tecto, partilhado as refeições e orações, durante uns tempos.
Guardo dele a recordação de uma pessoa calma, afectuosa, simples, de uma enorme inteligência prática e força interior. O meu caminho a certo ponto divergia e segui-o sem hesitar. Nunca mais nos vimos desde então.
Mas a sua premonição de que um dia haveria de regressar e ver o seu povo dono do seu destino, concretizou-se.
Até quando a liberdade e a independência, Basílio?
Um Abraço.