Quando no campo era o tempo
De figos e uvas
Via-se na brisa Outonal
O clarão do sol
A refluir nos teus olhos negros
E davas-me a beber a água
Que nascia do teu ventre.
Então, esvoaçando das árvores em redor
Poisava na tua cerealífera cabeça
E desciam comigo bandos de pardais.
E já os pássaros subiam nestas mãos ansiosas
E a presença vertical do vento te acariciava os flancos,
Aceitavas as volutas desta música silenciosa sobre os ombros,
O abandono extremamente fluido no desejo,
Ao nível do restolho incendiado,
Entre o rumor seco das folhas.
E tudo acabava na noite, lentamente,
Sob uma chuva densa de estrelas,
O céu aberto sem limites.