Quarta-feira, 30 de Junho de 2010

 

 

foto retirada de "forcalhos.do.sapo.pt"

 

 

Lá acima, em Riba de Côa,

Junto ao pé dos Forcalhos,

Correram os moços um toiro

Que era largo de galhos.

Puseram por capinha

Um rapaz raçudo e galante

Nascido na Espanha vizinha;

Que por toda a Raia percorria,

As capeias como praticante.

Ao céu os olhos erguendo,

-O sangue nas veias lhe correndo-

E vendo a pino um sol de oiro;

-Mandou saír o toiro,

Queima já o sol do meio dia

A terra da raia e suas campinas.

 

O toiro saiu com raça e pundonor,

Investindo cego e atravessado,

Levantando na aficion um clamor.

E o capinha esperou-o firme ao tabuado,

Num passe de verónicas e chiquelinas,

Queimava a pino o sol do meio dia,

A terra da raia e suas campinas.

 

Mas era um toiro com manha

Criado nas campinas de Espanha

Que num repentino derrote

Lhe levou espada e capote

Entalando-o contra a trincheira.

Ninguém lhe pode acudir,

Tentou fazê-lo uma das moças

Que pelo bem que lhe queria

Reunindo todas as forças

Saltou sozinha a barreira.

Estava a pino o sol do meio dia,

Sobre a raia e suas campinas.

 

 

-Ahora que sonen las campanas,

Hoy  nenhuno touro de lyde saya,

Que vay a enterrar  en las Españas

El mayor capinha de la raya.

 



publicado por Manuel Maria às 18:21 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Quarta-feira, 2 de Junho de 2010

 

 

            Sócrates, que toda a vida foi filósofo, para espanto dos seus discípulos e conterrâneos, dedicou-se à poesia, vertendo para verso as fábulas de Esopo, enquanto aguardava para ser executado.

            Explicou-lhes Sócrates que muitas e muitas vezes na vida teve um sonho que lhe dizia: Sócrates, compõe música e a executa. Até ao momento da morte estava convencido de ser justamente que fizera a vida toda o que o  sonho lhe insinuava e concitava a fazer; a prosseguir na prática habitual, a compor música. E sendo a Filosofia a música mais nobre, a ela se dedicara toda a vida.

            Depois do julgamento, questionara-se se essa música não seria, em vez da Filosofia, a espécie popular de música, que é a poesia.

            É que, segundo Sócrates, o poeta compõe mitos e não palavras.

            Sócrates dizia isto porque para ele a sabedoria consistia em procurar o sentido das coisas. E este só era possível quanto mais o pensamento se abstraísse dos sentidos do corpo, aproximando-se mais da alma.

            O mito, sendo uma narrativa de carácter simbólico, explicando a realidade por meio de deuses, semi-deuses e heróis, libertava o pensamento do corpo aproximando-o da alma. Neste sentido, o Sagrado, é o caminho por excelência para atingir o real.

            Como percebeu mais tarde Fernando Pessoa, «o mito é o nada que é tudo». E como disse Ramos Rosa, «o poeta moderno não escreve para dizer algo que conhece, mas para dizer o que ignora, para encontrar o verdadeiro desconhecido, o novo, o inicial».

            A poesia é portanto a força capaz de transfigurar a realidade do homem. Palavra essencial, a lírica tem o poder de operacionalizar o discurso verbal, de dar sentido à vida e elevar o pensamento do homem.

            Por isso é que na poesia «a distância que a linguagem institui em relação ao real, conduz necessariamente ao estabelecimento de uma nova relação com o mundo» (Ainda Ramos Rosa).

            A esta mesma conclusão chegou Sócrates, quando a sua alma estava prestes a separar-se do seu corpo, portanto mais próximo da verdade, entendendo que linguagem poética era superior à filosófica.

            Não é por acaso que a linguagem poética é mais sagrada e portanto mais simples, porque mais próxima da verdade, nos homens que têm mais consciência da morte. Isto dava “pano para mangas”, que não é o objectivo deste ensaio.

            Estava a pensar, por exemplo em Pascoais, Antero, Homem de Mello, Torga, Pessoa e outros, em que a poesia retrata de forma mais sublime a vida, porque tem subjacente uma profunda reflexão sobre a morte. Reflectia Pessoa:

«O que é a vida e o que é a morte
Ninguém sabe ou saberá
Aqui onde a vida e a sorte
Movem as cousas que há
Mas, seja o que for o enigma
De haver qualquer cousa aqui
Terá de mim o próprio estigma
Da sombra em que eu vivi»

            Mas não precisamos de ir longe e ficamos já por aqui, pois temos o exemplo entre nós, em Manuel Leal Freire, cujo seguinte poema, recheado de simbolismo e lirismo popular, transcrevo para ilustrar tudo isto:

           

PRECE 

«Em fresca manhã de Abril
Eu quero morrer na Raia
Terras pardas do Carril
A minha cova talhai-a.

Farda de contrabandista,
Dies Irae em bom latim
Mão piedosa ma vista
Monges o cantem por mim.

Meu desejo, Deus o queira,
É mesmo morrer na Raia,
Ver a linha da fronteira
Quando a vista se me esvaia.

Mas não é qualquer espaço
Que à minha alma contém.
A terra só é regaço
se for de colo de mãe.

Mas cabe em pequenas léguas
O chão por mim desejado
Outras lonjuras renego-as
A cada o seu eldorado.

Começa em Ciudad Rodrigo
Acaba em Vilar Maior
Mas voa sempre comigo
É um balão voador.

Pelo espaço deambula
Jornadeia rio e monte
levita o ar a Bismula
desce em Aldeia da Ponte

Estrela que ainda brilha
Ambição que se não perde
Ruelas de Almedilha
Ou esquinas de Valverde

Picos rupestres dos Foios
Cercanias de Arganhã
Cantochão de Frades Loios
É noite, foi-se a manhã.

Podendo não ter zenite
A vida tem sempre ocaso
O sonho, vindo o limite
Encerram-se em negro vaso.

Mas eu que não temo a morte
Hei-de morrer a trovar
De pé, igualando em porte
Os castiçais do altar.

Ponto é que à hora de noa
Cante a trova derradeira
Nos planos do Ribacôa
A dois passos da fronteira.

Afinal, apenas peço
Que a passagem ao além
Não seja fim, mas regresso
Ao humus da terra-mãe».

I

            No seu poema, Leal Freire diz:

            «Não é qualquer espaço que a minha alma contém».

            Esta frase, que é a chave do poema, à primeira vista assenta na tradição Platónica que apresentava a terra como o terrestre no sentido de passageiro em contraste com a Alma, estável e sobre-terrestre.

            Desde Platão que a alma pertence ao sobrenatural. Se ela aparece no sensível, é porque foi para aí arrastada. Aqui, “na terra”, não há lugar para ela. A alma é aqui “um estranho”. O corpo é uma prisão da alma, senão mesmo algo de pior. Assim parece que à alma não lhe resta senão abandonar, o mais rapidamente possível, o domínio do sensível, que, do ponto de vista de Platão, é o ente-não-verdadeiro, aquele que se decompõe.

            No entanto, a frase é estranha porque, contrariamente à teoria Platónica, no resto do poema não se encontra qualquer palavra sobre o domicílio sobre-terrestre da alma imortal, como seria de esperar:

            A Alma do poeta «Pelo espaço deambula», mas os seu espaço é bem terrestre, porque é o de «rio e monte», «Começa em Ciudad Rodrigo Acaba em Vilar Maior», «levita o ar a Bismula desce em Aldeia da Ponte», é «Ruelas de Almedilha Ou esquinas de Valverde», «Picos rupestres dos Foios Cercanias de Arganhã».

            O espaço da Alma do poeta é o dos «rios e montes», «cabe no pequeno espaço» de «Riba-Côa» porque é precisamente aquela terra em que nasceu; «o colo de mãe».

            A sua Alma, no fim do caminhar terreno, sente o apelo da terra natal. Completado o ciclo da vida, regressando ao ponto inicial da mesma, preenche-se a essência da Alma do poeta.

            Sendo assim, não é de modo algum verdade que a alma seja alma em primeiro lugar, e para além disso, devido a quaisquer razões, que ela não pertença à terra.

            A frase:

            «Não é qualquer espaço que a minha alma contém», refere muito mais a essência daquilo a que se chama “alma”. A frase não contém nenhuma declaração sobre a alma na sua essência já conhecida, nomeadamente da concepção Platónica.

            A alma como alma tem, pelo contrário, ligação umbilical com o mundo real.

            A ambição do poeta é quando «vier a noite, e se for a manhã» o seu fim seja apenas o «regresso Ao humus da terra-mãe».

            Para o poeta, a Alma só completa a sua caminhada terrestre, precisamente regressando ao ponto de onde começou. Curiosamente em paralelo com alguns pré-socráticos.

            Neste ponto, é mais parecido com o poeta grego Eurípedes para quem «morrer devia ser como não haver nascido; e morte talvez fosse melhor até que a vida de dor e de lágrimas, pois não sofre quem não tem sensação dos males».

            O habitual desprendimento da vida terrena, não nos aparece no poema porque o declínio, é um rejuvenescimento, um regresso aos lugares da infância e da juventude, «Ao humus da terra-mãe».

            Mas anteriormente menciona «a estrela que ainda brilha». Nos últimos dias do poeta, a Estrela da noite sucede ao Sol do dia. A Estrela é A Alma já no momento do abandono pacífico da vida. Significa a morte próxima quando «vier a noite, e se for a manhã». A manhã caminha naturalmente para a noite, para «a hora de noa», a hora crepuscular da oração litúrgica das vésperas, como o homem, do nascimento à morte. Esta não é mais que o regresso à escuridão do pré-nascimento, a restituição da Luz recebida com o nascimento, como na seguinte poesia de Omar Khavyyam:

«Não temo a morte: prefiro
esse facto inelutável
ao outro que me foi imposto
no dia do meu nascimento.
Que é a vida?
Um bem que me confiaram
sem me consultar
e que restituirei
com indiferença».

            Mas contrariamente a Omar Khavyyam, em Leal Freire este regresso não se faz com indiferença, pois morrerá «em fresca manhã de Abril […] a trovar de pé, igualando em porte, os castiçais do altar».

            A trovar, porque, um católico, como Leal Freire, pensa apenas como S. Paulo, que «a morte é passagem para a vida definitiva».           Motivo de alegria pelo regresso «ao colo da mãe», portanto.

            Igualando em porte os castiçais do altar, porque na sacralidade da despedida, está a essência da Alma. A luz difusa dos castiçais iluminará por isso o semblante da Alma do poeta retirando-se, amortalhada em «farda de contrabandista», para a sua própria profundidade…

            Que é «Na Raia […] a dois passos da fronteira».

             

II

            É frequente a dificuldade com que demarcamos o dizer das poesias de Leal Freire, que estabelece com segurança uma plurivocidade, da linguagem de outros poetas, cuja  plurivocidade provém do indefinido de uma insegurança de uma poesia feita às apalpadelas, porque lhes falta o poema autêntico e o seu lugar.

            O rigor extraordinário da linguagem essencialmente plurívoca de Leal Freire é, num sentido superior, tão unívoca, que ela permanece superior a toda a exactidão técnica do mero conceito científico-unívoco.

            Nesta mesma plurivocidade da linguagem, determinada a partir do lugar do poema de Leal Freire, falam também as palavras frequentes que pertencem ao mundo das representações bíblicas e eclesiásticas. A transição do velho género ao não nascido faz-se através deste domínio e da sua linguagem. Se, em que medida e em que sentido a poesia de Leal Freire fala cristamente, de que modo se pode dizer que o poeta é “cristão”, o que significa neste caso e em absoluto, “cristão”, “cristianismo”, “cristandade”, “carácter cristão”, tudo isto implica  questões essenciais.

            A sua discussão ficará, contudo, suspensa no vazio enquanto  o lugar do poema não for cuidadosamente estabelecido no conjunto de toda a obra poética de Leal Freire. Para além, a discussão destas matérias exige uma reflexão para a qual não são suficientes nem os conceitos da metafísica nem os conceitos da teologia da igreja.

            É que aqui o poeta, aquando da extrema urgência do seu último dizer, não clamou por Deus ou por Cristo, uma vez que é tão resolutamente cristão? Por que é que, em vez disso, ele chama pela “terra”, sendo esta o “colo de mãe”?

            Por que é que o poema não termina com um olhar confiante sobre a salvação cristã, e a eternidade, “a passagem ao além”, mas antes no “regresso ao húmus da terra mãe”?

            A unissonância rigorosa da linguagem plurívoca a partir da qual fala a poesia de Leal Freire, o que quer, ao mesmo tempo, quer dizer: Acredita na libertação da alma, na vida eterna, mas fala no regresso à terra-mãe, como destino da Alma, o que nos faz questionar a localidade deste lugar.

 

III

            A última indicação para o destino da alma como o lugar do poema foi-nos dada, na última quadra.

«Afinal, apenas peço
Que a passagem ao além
Não seja fim, mas regresso
Ao humus da terra-mãe».

            A eternidade, aquela passagem ao além, é nomeada na linguagem do poeta por «Terra-Mãe». O regresso do poeta à terra, acontece ao fim do dia, «à hora noa», através do crepúsculo espiritual. Por isso reza a quadra:

 «Ponto é que à hora de noa
Cante a trova derradeira
Nos planos do Ribacôa
A dois passos da fronteira».

            O fim da tarde muda o sentido e a imagem. A terra à qual desce o poeta, é a terra onde se põe o sol. A localidade do lugar, que reúne em si o poema de Leal Freire, é a essência escondida da Alma e chama-se «Riba-Côa». Esta delimitação geográfica da terra poente é mais prometedora que o ocidente representado à maneira platónico-cristã, ou mesmo, à maneira europeia. Porque a morte é o “começo” de um novo mundo em ascensão, e não o abismo da decadência.

            O Ocidente que se esconde na morte não decai mas permanece, esperando pelos seus habitantes, enquanto terra do declínio para a noite espiritual. A terra do declínio é a passagem para o princípio da madrugada que neste princípio se esconde.

            Se atendermos a isto, será que podemos considerar ainda um acaso que a poesia de Leal Freire se refira, justamente, à «Noite» da velhice em contraponto com a «Manhã» da infância? 

            A poesia de Leal Freire canta a terra do poente, que possui já o seu destino. A «Noite» precede a «Manhã». A «Estrela Brilhante» anuncia a madrugada.

            E situa Leal Freire a terra do poente entre o Côa e o Águeda; de um lado e do outro da fronteira. É arraiana, mas sem fronteira de nacionalidades:  

«Começa em Ciudad Rodrigo
Acaba em Vilar Maior

[…]
levita o ar a Bismula
desce em Aldeia da Ponte

[…]
Ruelas de Almedilha
Ou esquinas de Valverde

Picos rupestres dos Foios
Cercanias de Arganhã».

            A sua poesia canta o destino, que consiste em alcançar a terra natal enquanto pátria da Alma peregrina que regressa a casa.

            Será isto um devaneio romântico sonhador desligado do mundo técnico-económico das massas modernas? Ou tratar-se-á da sabedoria clara do “louco” que vê e medita de uma forma diferente dos poetas da actualidade que se esgotam na historiografia do presente, presente cujo futuro contabilizado não é mais do que um prolongamento da actualidade, um futuro que carece da chegada; de um destino que, antes de tudo, toca o homem no início da sua essência?

            O poeta vê na alma, «um balão voador que pelo espaço deambula» para seguir uma rota, a qual não se dirige para a decadência, mas, pelo contrário, para o declínio:

«A Alma tem sempre ocaso».

            Este abaixa-se e conforma-se com a morte suprema, que é inaugurada com a morte do poeta ao regressar ao «húmus da Terra-Mãe».

            Aí, o poeta sabe que se reencontra com a essência da sua Alma Peregrina. O circuito solar da Alma do poeta completa-se quando a Sombra da «Noite» se diluir outra vez na luz difusa da «Manhã». É pois com plena consciência disto tudo, que Leal Freire Reza:

«Eu quero morrer na Raia
Terras pardas do Carril
A minha cova talhai-a».



publicado por Manuel Maria às 15:28 | link do post | comentar

Terça-feira, 1 de Junho de 2010

 

 

 

Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos!

 

(António Aleixo)



publicado por Manuel Maria às 15:11 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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