Agonizando no doloroso verde da serrania,
Afoga o vento o peito lacerado na ramagem.
E o carrascal escuro se põe em movimento
Coalhado de tristeza e agonia,
Confundido com os toiros na pastagem.
À noite, à noite de bréu, fria, ao vento
O carrascal redondo e sonolento estremece;
E levantando os cornos, pondo-se em movimento,
A sombra das almas, erguendo-se, cresce.
Ouve, meu amigo, o vento da serrania!
Oh que noite tão triste e fria,
Que o restolho faz chorar…
Noite de uma só lua;
Noite sombria e nua,
De mil almas a pastar.