Konstantinos vivia na megapolis de Atenas; foi a crise que o levou a desfazer-se do apatamento citadino, e regressar com a mulher à aldeia paterna.
Hoje vive de transportar os turistas pelos caminhos ingremes e sinuosos da colina, entre a praia e a aldeia, com as suas duas mulas.
Recuperou a casa paterna e, numa pequena depressão da colina, para lá da aldeia, em pequeno campo herdado, tem uma horta, meia dúzia de ovelhas e um velho burro.
A esse burro anónimo, que aluguei para companheiro acidental da minha viagem solitária, tive eu a honra de pôr nome.
Não é que o bicho, a certo ponto do nosso passeio, tomado pela mosca, arrancou comigo em correria desabrida, escarpa abaixo?
Nem os rogos e vergastadas o estancaram; salvou-me um proverbial muro, sobre o mar, onde esbarrou o animal.
Por isso, refeito do susto, dei-lhe o nome de Sócrates; o político, não o filósofo...
Konstantinos e a mulher gostaram:
- Socrates? Very nice, indeed!
Não perceberam a “nuance”...