Está agora nos escaparates um livro "Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo" estadista dos últimos tempos da monarquia, embaixador em Inglaterra, intimo de Eduardo VII, do grupo "Os Vencidos da Vida" com Eça, Ramalho Ortigão e outros, Ministro dos Negócios Estrangeiros, também envolvido no escândalo dos adiantamentos à casa real e das despesas confidenciais do ministério, que precipitaram a queda da monarquia.
Ao contrário de muitos que comeram às mãos da monarquia e “borregaram” cobardemente no 5 de Outubro, Soveral, manteve-se indefectível da monarquia., acompanhando o último rei no exílio de Inglaterra, onde timha muitos amigos.
Ainda não li o livro, mas deixo aqui um episódio que demonstra bem o carácter deste homem e que vem nas “memórias” do Raul Brandão:
Logo após a implantação da República, estava o Soveral no seu escritório, quando lhe entra, porta dentro o Malaquias, comandante da Guarda Municipal, que se vinha justificar a rendição da guarda a 5 de Outubro:
- Que querias que fizesse…diz-me tu? Se me morreram trinta homens…todos varados pela metralha dos revoltosos!
-Pois fica sabendo que eram os únicos homens de coragem que tinha a guarda! – Respondeu secamente Soveral, recusando-lhe o aperto de mão.
-Então não temos mais nada a dizer um ao outro…
-Pois não… Vai beber da merda!
E o Malaquias saiu com o rabinho entre as pernas.