(foto de júlio Marques in vilarmaior1@blogs.sapo.pt)
A Ruça toca à roda
E cansada de tanta volta
Estaca à sombra do reboleiro,
Minguando o “tornadouro”.
-Arre burra! Arre!
Grita-lhe o Romão do fundo da leira.
E a ruça dá mais umas voltas
-O sol a pino na moleirinha,
o suor correndo-lhe em bica-
Estacando de novo à sombra do reboleiro.
-Arre burra! Arre, palão!
Grita-lhe furioso o Romão.
Mas a Ruça não se move
E o Romão vem leira acima,
Moê-la de pancada:
- Arre coirão! Arre!
Então a Ruça dá um arranque,
Mais umas voltas,
E quando sente o Romão longe
Estaca de novo à sombra do reboleiro.
O Romão exaspera lá do fundo da Leira,
Grita-lhe:
-Ah burra d’um cabrão!
E ela temendo novo arraial de pancadaria,
Parte a canga,
E atirando um par de coices ao Romão,
Foge a trote,
Cabeço acima.