Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008

 

 (foto de júlio Marques in vilarmaior1@blogs.sapo.pt)

  

A Ruça  toca à roda

E cansada de tanta volta

Estaca à sombra do reboleiro,

Minguando o “tornadouro”.

 

-Arre burra! Arre!

 

Grita-lhe o Romão do fundo da leira.

E a ruça dá mais umas voltas

-O sol a pino na moleirinha,

o suor correndo-lhe em bica-

Estacando de novo à sombra do reboleiro.

 

-Arre burra! Arre, palão!

 

Grita-lhe furioso o Romão.

Mas a Ruça não se move

E o Romão vem leira acima,

Moê-la de pancada:

 

- Arre coirão! Arre!

 

Então a Ruça dá um arranque,

Mais umas voltas,

E quando sente o Romão longe

Estaca de novo à sombra do reboleiro.

 

O  Romão exaspera lá do fundo da Leira,

Grita-lhe:

 

-Ah burra d’um cabrão!

 

E ela temendo novo arraial de pancadaria,

Parte a canga,

E atirando um par de coices ao Romão,

Foge a trote,

Cabeço acima.

 

 



publicado por Manuel Maria às 10:23 | link do post | comentar

4 comentários:
De ana a 28 de Fevereiro de 2008 às 17:56
Burra esperta!

De ser desconsiderada, até uma burra se cansa.



De Jofre Alves a 1 de Março de 2008 às 20:04
É caso para dizer «ah burra dum cabrão». Passei para ver e apreciar o teu blogue e desejar boa semana.


De Ribacôa a 2 de Março de 2008 às 12:39

(LOL)
A russa revoltou-se? Pudera . Ser russa não é ser loura. É burra mas não é parava. Obrigarem-na a trabalhos forçados, vá que não vá. Mas taparem-lhe os olhos privando-a de admirar a bela paisagem envolvente? Isso nem pensar. Antes ficar tonta. Sorte teve o Zé Romão não ter levado uma valente parelha de coices. Provavelmente a cena passou-se no sítio da Cimeira.


De Rbacôa a 2 de Março de 2008 às 13:31
Digo, "É burra mas não é parva".


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