«A morte de minha mãe e as minhas experiências subsequentes deram-me a crença na perpetualidade pessoal. Quando recebi a notícia da sua morte, todo o meu ser ameaçou perder equilíbrio. Essa perda foi tal que não conseguia controlar-me e andava perturbado e miserável. Mas depois de ter chorado a primeira dor senti-me cheio de uma poderosa sensação da existência e da proximidade da falecida, de tal modo que pude retomar a minha vida habitual, maravilhosamente consolado. Desde então ela está viva para mim, decerto que invisível, mas ama e é amada, e em muitas horas difíceis mantém-me sob as suas mãos protectoras. Conheço-a melhor do que todos os meus amigos vivos e só ela tem ainda poder sobre o meu coração. Envelhecido e obstinado, de tal modo que às vezes se deixa dominar e faz o bem em vez do mal.
Nada disto são teorias e ilusões; o extâse e superstição não têm nada a ver com isto, assim como a alegre religiosidade de minha mãe não era uma ilusão. Era, antes, a coisa mais real que podia existir, ou seja, o poder benfazejo de um espírito forte e amoroso, que quer manter os fios da sua vida e da compaixão unidos á eternidade através do dia e da noite.»