A última roupa estendida ao sol
E a velha Angelina chamava:
-Minina, vem comer!
E eu ansiosa:
-Posso, mãe?
-Podes…
Corria para o fundo do quintal,
Onde Angelina me servia em folha de bananeira
Pirão com peixe seco, em óleo de palma.
-Não tens garfo, Angelina?
-Come assim c’um mão, minina…
Explicava Angelina com doçura,
Levando a mão à boca.
-Ah, que saudades da velha Angelina…
-Suspira a menina, já mulher,
à frente de um Cherne no Tavares Rico-
-Aquilo sim… é que eram tempos!