Era um velho moinho junto ao rio.
A porta dava para o monte,
a janelinha sobre o regato.
E ela afogueada no sol do meio dia
deitou-se à fresca do grande choupo.
Desenhou na terra a disposição do cabanal,
no quintal da casa
-que tu farás com as tuas mãos-
me disse ela.
Às telhas
—hão-de ser as que sobrem da casa velha-
lhes rasparei eu o musgo do tempo,
uma, a uma...
e ficarão como novas.
No fim molhou longamente
a mão na regadeira
e passou-a pela testa em brasa.
E aquele tempo passou,
com o rebanho saltando o pêgo,
de volta ao bardo.