O Manuelino surgiu por volta de meados de quatrocentos em Portugal, interrompendo as primeiras iniciativas renascentistas do Hospital das Caldas e da Igreja de Todos os Santos, com o Infante D. Fernando, Duque de Beja, por influência mudéajar do vizinho andaluz. O primeiro arquitecto do Duque foi Joâo de Toledo e depois João de Arruda, que trabalhou no Mosteiro da Batalha, podendo-se ver os primórdios deste estilo ligado à casa de Ducal de Beja, no que resta no Paço Ducal e no Convento da Senhora da Conceição em Beja.
No "suz" de Marrocos floresceu um renascimento cultural e artístico com a dinastia saadita, ligado á exploração da cana de açucar, comércio com o Sudão e contrabando com Portugal. Muitos do artífices marroquinos foram recrutados para as obras manuelinas, como o convento de Tomar. A recém descoberta charola de Tomar - entaipada durante séculos- é por isso em estilo marroquino como os da madrassa de Marrakeche e a janela do capítulo em estilo hiper-realista, foi lavrada por dois mestres pedreiros marroquinos, Belumida e Ali Mohamed, sob direcção de Diogo de Arruda.