Quarta-feira, 29 de Agosto de 2012

 

 

  Este poema, com título de Adoração, que se segue, do livro Cantares de Leonardo Coimbra, foi comparado, por Àlvaro Ribeiro, pela sua beleza, ao Cântico dos Cânticos de Salomão, e de facto, é-o:

 

 

Deixa tombar os teus cabelos, amor do meu desvairo!

Revoltos, negros, torcidos como serpentes, trouxe-os Dante da sua viagem ao Inferno.

Solta os teus cabelos, oh meu Amor violento! que eles são a floresta negra dos incêndios, saques e pilhagens.

Cavalos loucos de violência e medo, salteadores com os despojos de cidades mouras: oh minha encantada moira, acorda, solta os teus cabelos de Noite e com eles açoita barbaramente o meu negro corpo de bárbaro!

Vamos incendiar o mundo, oh meu amor moreno!

Quero que o planeta sinta derreterem-se-lhe os ossos ao fogo violento dessa paixão.

Lembras-te, minha Eva de ébano, meu brilhante preto, da primeira noite em que nos encontrámos na terra, tombados, expulsos daquele longínquo céu?

Foram os teus cabelos que nos vestiram e taparam, aos nossos olhos quase ceguinhos, a saudade do Céu que se afastava.

Enlaçados descíamos o negro poço do esquecimento, tombando para a Terra, e o Céu já mal deixava ouvir suas harmonias, de nós fugindo como relâmpagos.

E ficamos sozinhos, embrulhados no manto dos teus cabelos.

Solta esses cabelos: que o vento de loucura que varre o mundo tos leve em suas asas velozes e sejam algas imensas nas ondas da ventaneira!

Vamos sobre as cidades espalhar a loucura da nossa paixão.

A nossa carne grita o ódio que nos separou e quer destruir-se numa fúria impossível. Somos dois e cada um de nós quer perder-se ou perder o outro na chama da sua paixão luxuriosa.

É como o Mar em fúria destruindo os rochedos, engolindo as terras, as naus e as gentes.

O nosso desejo é feito dum ódio misterioso: hei-de queimar-te, dissolver-te em mim, oh meu amor moreno, de cabelos selvagens flutuando ao vento da loucura!

És a bandeira inimiga, trapejante e heróica, desafiando a cobardia do amor masculino; hei-de vencer-te, ter-te como escrava no harém da minha maldade.

Aí hás-de agonizar, morrer, perdendo essa lembrança que é réstia de luz a brilhar na escuridão dos teus cabelos, se o vento os leva para a esteira dos teus olhos…

Ah! não! Meu Amor bondoso, perdoa.

Morena de terra é a tua carne, negros de Noite são os teus cabelos; mas os teus olhos, os teus olhos são sorvedouros de alma por onde tombam todas as maldades e, nas folhas mortas que os encontram, canta logo a nova primavera.

Perdoa, meu Amor; que os teus cabelos fizeram uma tempestade tamanha que em seus ninhos e covis acordaram as aves de rapina, as feras cobiçosas e fez-se um coro de uivos na Noite.

Aperta os teus cabelos, meu Amor sereno, deixa-me saber ser bom e sonhar.

Aquela Noite, a primeira noite do nosso esquecimento vamos a lembrar, oh meu amor piedoso?

Colhíamos açucenas nos jardins da alma e, de repente, fomos envolvidos duma nuvem densa, duma fantástica e tormentosa nuvem, tomou-nos um rodopio e enlaçados ficamos sempre a prender-nos, mas com ódio e violência.

Hoje, se soltas os teus cabelos negros relembro o turbilhão daquela Noite e, se os tomas e apertas, relembro, mais e mais, as açucenas do jardim das almas…

Como eram, meu amor, aquelas açucenas?

Deixa-me ver-te os olhos; eles são as crateras da alma, no fundo, muito no fundo, brilham serenos os astros daquele Jardim.

Estende agora os teus cabelos negros: olha como flutuam leves e sedosos e são carícias alongadas, que os vão enlaçar nas árvores onde a seiva acorda e canta uma remota lembrança como a nossa…

Os teus cabelos são agora cometas do Infinito lembrando as alegrias da Origem.

Oh minha Eva sem pecado! És a árvore da vida, a fonte da minha ternura, e os teus negros cabelos soltos são raios de Sol perdidos na Noite.

Os teus cabelos são a impossibilidade da tua nudez; se deixas tombar os vestidos logo eles caem a vestir-te das tintas misteriosas da Noite: são uma criação do teu pudor, os guardas invencíveis do teu Jardim, as delicadezas brandas que envolvem o suave mistério das almas.

Os teus cabelos são a cercadura do teu recato, o amaciamento que te cerca e vai no ar a distância a levar o teu vegetal aroma de acácia.

Já foste acácia e no Jardim secreto, onde vivias, eu fui o pobre jardineiro que te colhia as flores.

Tombavam-te do corpo como asas de insecto afogando-me em deliquescente perfume.

Hoje os teus cabelos são lembrança vegetal e angélica e, se os soltas, o vento que os toma é a própria saudade do Jardim das almas.

Vamos, meu Amor saudoso; que os teus cabelos flutuem ao sopro do Mistério, e, Eva sem pecado, leva-me contigo para a saudade do Céu.

Que Deus te cubra de bênçãos como de flores de acácia cobre a minha pobre alma a piedade do teu amor!

Deixa-me deitar a mão aos teus cabelos soltos, e, no carro de Osíris, atravessemos o firmamento.

Canta, meu Amor piedoso: Como o Céu se aproxima, como renasce a lembrança e vamos sendo aleluias de luz pelas Alturas!

Que a mão de Deus segure os teus cabelos e piedosamente nos leve para o seu Amor!



(Leonardo Coimbra in Cantares. Renascença Portuguesa, 1914, pp. 93-97).



publicado por Manuel Maria às 16:57 | link do post | comentar

Domingo, 19 de Agosto de 2012

 

 

O incendio do sol-pôr exala um fumo rôxo
Que ás cousas vela a face…
A macerada flôr da solidão renasce;
O seu perfume é fria e branda magua,
Bruma que já foi agua…
Todo sombra e luar esvoaça o môcho;
Uma nuvem enorme, ao longe, no poente
Desvenda o coração que se deslumbra
E abraza intimamente…
O silencio a crescer, é onda que se espalha…
Sente-se vir o outomno; é já noitinha, orvalha…
Nos êrmos pinheiraes gemem as noitibós
E vultos de mulher, sumidos na penumbra,
Passam cantando, além, com lagrimas na voz…

 

Ó tristeza do mundo em tardes outomnaes!
Longinqua dôr beijando-nos o rôsto…
Crepusculo esfumado em intimo desgôsto,
Bôca da noite acêsa em frios ais…
Aparição soturna, vaga imagem
Do mêdo e do misterio…
Que solidão escura na paisagem!
Tem phantasmas e cruzes,
Tem ciprestes ao vento e moribundas luzes,
Como se fosse um grande cemiterio.

 

Olho em volta de mim, cheio de mêdo… Tudo
É morta indiferença, espectro mudo!
É o Verbo original arrefecido
Em fragaredos brutos convertido;
Extinto Fiat Lux, cadaver que fluctua
No ceu nocturno e fundo…
As almas que partiram d'este mundo
Voltam na luz da lua.
São phantasmas em neve amortalhados,
Eternamente tristes e calados…
São sonhos esvaidos, nevoa fria,
Perfis de fumo e de melancolia…
Vagas formas de imagem ilusoria
Que a lua merencoria
Molda em penumbra e cêra
Na noite transparente de chimera.

 

E todavia eu sinto
Um acordar de instinto,
Um palpitar de viva claridade
Em cada cousa obscura…
O aroma d'uma flôr quem sabe se é ternura?
A noite não será phantastica saudade?
A deusa que semeia estrelas no Infinito
E corôa de lagrimas divinas
A extatica tragedia das ruinas,
Toda em versos de marmore e granito?
Misteriosamente
Sobe da terra um sonho transcendente;
Emanação de mistica tristeza,
Como o fumo d'um lar
Que tem, junto do fogo, alminhas a rezar.

 

Mas, ai, a Natureza,
Reservada e offendida, afasta-se de nós!
E na sua mudez arrefecida
Congela a minha voz…
Um silencio mortal separa-me de tudo!
E como a sombra tragica da vida,
Vou pelo mundo além;
Enorme espectro mudo,
Monstruosa presença de ninguem!
Vivo sósinho e triste, assujeitado
Ao meu phantasma errante e desgraçado,
Em ermos de abandono;
Ermos de Portugal,
Onde a alma do sol divaga com o outomno
N'um sempiterno idilio sepulcral.

 

Sou nada, e quero ser!
Quero ser tudo, e eu! Quero viver
A vida misteriosa…
Interrogo o silencio e a noite rumorosa
De sombras e segredos…
Contemplo comovido os astros e os penedos,
E fico a ouvir as fontes n'um eterno
Queixume que ergue a voz durante o negro inverno!
Passo horas a aspirar o aroma d'uma flôr;
Sombra que eu vejo em pétalas de côr
Esparsas, ondeantes,
Nas virgens claridades madrugantes.
E a pura sensação que me domina,
É qual longinqua Apparição divina
Que me seduz e afaga…
E de estrela em estrela é alma que divaga…
Quantas vezes me sento á beira d'um abismo,
Sobre escarpados blócos;
E em mim perdido scismo…
E ouço apenas cair nos tenebrosos fundos,
As lagrimas de luz que vêm dos outros mundos
E a neve do silencio em negros flócos.

 

Absorvo-me na noite e no misterio;
Erro, ao luar, em êrmo cemiterio,
Sob as azas geladas do nordeste;
Interrogo na vala a sombra do cipreste
Rumorosa d'um funebre desgosto,
Com gestos espectraes ás horas do sol-posto…
E n'um doido, febril deslumbramento,
Vejo-me sepultado em pensamento
E durmo, durmo, durmo a Eternidade…

 

Subito, acordo e volto á claridade!
Sáio da fria cova;
Uma sombra infantil cái d'esta imagem nova
Que sobre mim baixou do sol a arder…

 

Que alegria, meu Deus, tornar a ser!

 

E sinto um novo amor por tudo quanto existe!
Reso de joelhos vendo a tarde triste,
Pintada a sangue, em longes de pinhaes…
Vendo imagens de estrela em charcos de agua,
O oiro caido ao chão das arvores outomnaes
E as nevoas, frias tunicas de magua,
Vestindo outeiros nus…
Vendo o fumo de rusticas lareiras,
Onde ha velhas fiando em negras preguiceiras
O livido lençol que as ha de amortalhar,
E rezam n'uma voz de sombra: amen Jesus
E ficam-se a scismar…
Lá fóra, ouve-se uivar phantastica alcateia
E andam Bruxas a rir…
Rangem velhinhas portas,
Treme a luz da candeia,
A cinza sobe no ar, as brazas mortas
Começam a luzir…

 

Eu amo tudo: os ramos comovidos
Em diáfano marmore esculpidos
E esse velhinho tronco, em flôr, que renasceu
Ao sentir a impressão azul que vem do ceu…
Com que ternura beijo a luz do dia,
Que em meus ouvidos de alma é lirica harmonia…
Tenho ocultas palavras transcendentes
Para as nuvens somnambulas, dormentes,
Para a sombra nupcial e mistica d'um lirio,
Para a afflição da inercia escrita n'um rochedo
E para a Dôr que faz gritar um arvoredo
Em noites de delirio.

 

Mas este amor é grande soffrimento!
De que nos serve amar o que não ama?
Ser dolorosa chama,
Sobre campos de neve, errando, ao vento?
Andar a perseguir um Anjo fugitivo!

 

Entre turbas de mortos não ser mais
Do que um espectro vivo?
Ser doido cataclismo!
Ser desprendida folha,
Entregue aos vendavaes,
A voar, a voar em negros vôos afflictos!
Olhar seu proprio sêr como quem olha
O fundo d'um abysmo!
E querendo esconder nas sombras o seu rôsto,
Para chorar tão intimo desgosto,
Ter de invocar a noite em altos gritos!

 

Ó meu vulto perdido em trevas misteriosas!
Cégo, a bater de encontro ás brutas cousas,
Coberto de feridas, a sangrar…
Sou como a sombra em lagrimas do mar;
Nuvem desfeita em chuva;
Um enorme phantasma de viuva
A rezar e a chorar na solidão sem fim!
Noite de horror sempre abraçada a mim!
Ó noite, onde ha soluços e estertores
E procissões infindas de clamores…
Multidões de phantasticas mulheres,
A cantar, a cantar sinistros miséréres
Sombras que o vento leva…
Doidos perfis de fogo a rir na treva
Que nos desvenda as lividas entranhas,
Com nuvens e contornos de montanhas,
Com arvores agitadas de anciedades,
Com desgrenhadas, intimas saudades
E tragicos desejos que arrefecem,
Soes que n'um mar de sangue desfalecem!

 

Sou a noite em que o mundo se consome:
As cousas mais humildes e sem nome,
As estrelas, os Deuses, tudo quanto
Se amortalha na sombra do meu canto
Que chora a sua eterna imperfeição!
Sou tempestade, noite, solidão,
O frio esquecimento,
A sombra do luar bailando com o vento,
Um gemido de nevoa, uma ternura, um ai,
Phantasma d'uma lagrima que cáe.

 

Ó triste solidão que me rodeia!
Ó minha amada e pequenina aldeia!
Ó aves a cantar para ninguem!
Flôres que o inverno emurchece,
Mãos erguidas na tarde que arrefece,
Implorando o silencio, a noite, as cousas mortas
E os ventos de terror batendo ás portas,
Sem destino, a correr por esse mundo além!
Almas crucificadas de abandono
Entregues a uma eterna viuvez,
Transparentes de fina palidez,
Rezando ao Deus da Morte as orações do outomno…
E tu, meu coração amante que palpitas
Nas trevas infinitas!
E ardes n'uma fogueira desvairada
E doido te consomes para nada!
Caio por terra morto de cançasso,
A propria terra foge ao meu abraço!
Foge de mim tambem meu proprio sêr,
Vulto de cinza e poeira…
Homens, nem mesmo a dôr é verdadeira!
Sou ilusoria imagem a soffrer
A tragica mentira que a formou!
E pelo mundo vou
Na êrma escuridão, chorando afflicto,
Como creança perdida no Infinito,
Entre soturnos Deuses fabulosos
E mundos de terror vertiginosos…

 

O alto sete-estrelo!
Sol velhinho com brancas no cabelo!
Silencio emudecendo a musica dos ninhos!
Loucura que ergue o mar em ondas e soluços
E, exausto, sobre a praia, o faz cair de bruços!
Ó pinheiraes sósinhos!
Ó tragedias de fraga e terra! Ó êrmos montes!
Calvarios a sangrar!

 

Corações de mulher desfeitos em luar!
Martirisadas fontes!
Medonhos arvoredos!
Chimericos penedos!
Lobos uivando a magua que os consome
Á lua que prateia a serra fragarosa…
Magros vultos de pêlo arripiado
Com um sinistro olhar incendiado;
Ferozes esqueletos que têm fome…
Aparições da Plebe tenebrosa;
Odios vivos, relampagos de dôr;
Archotes acendidos,
Na noite da desgraça transmitidos,
De mão em mão, com tragico furor!

 

Lobos famintos, doidos e profetas!
Leões cheios de sombra e de melancolia!
Feras que devoraes por simpatia,
Bramindo, como cantam os poetas!
Meu sonho é comungar a Natureza;
Paisagens de alegria e de tristeza,
Desertos ao luar, visões de outrora,
Nuvens relampejando…
O silencio nocturno, a musica da aurora
Em notas de oiro voando…
Quero sentir o amor, o soffrimento
Que apaga a luz do sol e faz gritar o vento
E sufoca de lagrimas as fontes
Na solidão dos montes…
Quero sentir o vago, o indefinido
D'um astro a palpitar nas ondas reflectido.
Quero ser a ilusão, a nuvem, a chimera,
A divina alegria, a virgem Primavera
Que nos desenha, além, n'um fundo escuro e frio,
Doirada porta em flor aberta sobre o estio…
Quero brilhar na luz e crepitar
No fogo, e me perder em fumo pelo ar!
Quero tecer os caules verdejantes
E ser em rosa murcha orvalhos scintilantes.
Quero abranger o mundo
E o claro ceu profundo;
E ter nos olhos meus
As estrelas e as lagrimas de Deus,
E em meus braços o gesto de carinho
Que tem um ramo em flôr,
Quando ampara e protege com amor
Uma avesinha dentro do seu ninho…

 

(Da terceira Fala do «Jesus e Pan»)

 

Teixeira de Pascoaes



publicado por Manuel Maria às 11:51 | link do post | comentar

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