Domingo, 9 de Agosto de 2009

 

 

MQI que Ele te receba na sua Luz. .'.

.

 

 



publicado por Manuel Maria às 21:07 | link do post | comentar | ver comentários (3)

 

 

 

 

 

 

 

-- Pife, pufe, pafe, pefe

Pafe, pefe, pife, pufe --

A cacholeta no chefe --

-- Pife, pufe, pafe, pefe

Estoure como um tabefe

E o ventre de raiva entufe --

-- Pife, pufe, pafe, pefe

Pafe, pefe, pife, pufe!

 

Carlos de Souza

 

 

 



publicado por Manuel Maria às 21:02 | link do post | comentar

Quarta-feira, 5 de Agosto de 2009

 

 

foto recebida por mail,  e que, segundo o mesmo, é de 1986

 

A JOSÉ PINTO DE SOUSA

                                

 

PERSONAGENS

 

JOANA - psicóloga

MARIDO

CAMPOS - político

MANUELA- política

 

           

A cena passa-se em Lisboa

Atualidade.

 

Acto Único

 

Sala, secretária, relógio de mesa, etc., etc.

 

Cena I

 

JOANA, MARIDO (Vestidos para cerimónia e prontos para sair.) UMA PACIENTE (Que logo sai, à porta do fundo.)

 

JOANA - Sim, senhora; sim, senhora! Avie essa receita. Marcamos nova sessão para daqui a oito, pela mesma hora.

PACIENTE – E estes comprimidos são para tomar como de costume? (exibe o papel da receita.)

JOANA – Reduz a dose… meio cumprimido ao deitar e chega!

PACIENTE- Concerteza senhora doutora ( sai.)

MARIDO (Entrando por uma porta interior e sentando-se.) – Sempre entras nas listas desta vez?

JOANA- Duvido…

MARIDO - Porquê?

JOANA – O Louçã ainda está de trombas por causa da campanha!

MARIDO – Para que te meteste nessa treta?

JOANA (Ainda  passeando.)  - E quem imaginava que o Soares estava acabado?

MARIDO – Bem te avisei…

            JOANA – Se não for no Bloco, vou noutro… Verás!

            MARIDO - Fia-te na Virgem e não corras.

            JOANA - Estamos atrasados para sair…

            MARIDO (Consultando o relógio de mesa.) - Há duas horas e dois minutos.

            JOANA   (Embonecando-se ao espelho.) - Creio que não chegamos a tempo.

            MARIDO - E o táxi na porta há tanto tempo? Vamos?

            MARIDO - Vamos.  (Vão saindo. Batem palmas.)

            AMBOS - Bateram.

            MARIDO - Quem é?

            CAMPOS (Fora.) - Sou eu.

            JOANA - Eu quem?

            CAMPOS (No mesmo.) - Um  amigo.

            JOANA - Entre quem é.

            MARIDO –  (Espreitando à janela.) É  o Campos das obras públicas! Conheces… (Entra Campos. Pisa macio e fala descansado.)

 

 

Cena II

 

Os mesmos e Campos

 

            CAMPOS (À porta do fundo.) - Dás licença, joaninha?

            JOANA - Entra. (Vai outra vez por a mala na  secretária.)

            CAMPOS (Entrando e sentando-se numa poltrona que deve estar no meio da cena.) - Não te incomodes. Estou muito bem. E tu como tens passado desde a campanha do velho?

            JOANA - Bem, obrigado. O que pretendes?

            CAMPOS - Ah! Passava na rua… Vais no bloco?

            MARIDO - Que bloco?

            CAMPOS – O de esquerda, qual havia de ser?

            JOANA – Não.

            CAMPOS - Pois estás com azar!(Sinais de impaciência em joana e Marido.) O Louçã ainda não esqueçeu as presidenciais…(Recosta-se na poltrona.) Estou a ver…

            JOANA (Interrompe-o.) – Ó Campos, temos muita pressa e não podemos perder tempo. Íamos sair quando chegaste...

            CAMPOS (Erguendo-se.) - Nesse caso… Fica para outro dia... Eu vim só trazer um recado, mas... (Cumprimenta.) Joana... Caro amigo... (Vai saindo.)

            JOANA - Vem cá; explica já agora o que pretendes.

            CAMPOS (Voltando-se e preparando-se como para um discurso, sibilino.) – Somos amigos…

            JOANA – Nem tanto….

            CAMPOS –  Há um lugar em aberto na lista por Coimbra… Que  me dizes?

            JOANA – Digo-te o quê?

            CAMPOS – Estarias interessada?

            JOANA - E tu a dar-lhe!

            MARIDO - Deixa-o para lá. (Vai para junto de Joana.) Que maçador! Não chegaremos a tempo.

            JOANA – E  quem faz o convite?

            MARIDO (Olhando o relógio.) – Estamos atrasados.

            JOANA - Estamos com pressa...

            CAMPOS – O nosso primeiro… É evidente…

            JOANA – Não sei… Assim de repente… Bem vês!...

MARIDO (Olhando o relógio.) – Estamos atrasados.

            CAMPOS– Se aceitares… Arranja-se mais um tacho de bónus…. Que dizes?

JOANA – Não sei…

            MARIDO (Olhando o relógio.) – Que seca!

            CAMPOS – Assim na tua área… Que achas?

            JOANA - Passa bem.

            CAMPOS – Mas, Joana…

            MARIDO - Viva. (Volta-lhe as costas.)

            CAMPOS – Olha que te arrependes… (Saída falsa.)

            JOANA - Safa!

            MARIDO – Vamos, Vamos quanto antes! Pode vir outro... (Vão saindo.)

            CAMPOS (Voltando.) – Já agora…

            JOANA - Outra vez?

            MARIDO - Assustou-me até!

            JOANA – (Agarrando a mala.)Que pretendes agora?

            CAMPOS – E que dizias com um lugarzinho no governo também?

            AMBOS: Irra!

            CAMPOS  — Tableau. (Desaparece.)

 

 

Cena III

 

Os mesmos e Manuela

 

            JOANA - Vês, homem; vês como uma pessoa perde a cabeça?

            MARIDO - Sim, sim, mas vamos, anda daí!

            JOANA (Caindo na poltrona.) - E que dor de cabeça me fez este gajo!...

            MARIDO - Espera... vou buscar a garrafinha de água-flórida. (Sai e volta com a garrafinha.)

            JOANA - Depressa... depressa, homem! (O marido esfrega-lhe as frontes com água-flórida.) Bem... chega... aliviou... Aí! que ferroadas! deita a garrafinha em cima a mesa e vamos, vamos! (O marido deita a garrafinha sobre a mesa e vai dar o braço a Joana.)

            MARIDO - Vamos! (Saem e voltam.) Esqueci-me das chaves. (Entra à direita baixa.)

            JOANA (Falando para dentro.)  Que demora, homem, que demora! Ainda há- de vir mais alguém, verás! (Passeia.) Então não achas essas chaves! Aí! minha cabeça! (Quebra-se alguma coisa dentro.) O que foi isso?! O que foi isso?! (Corre também para a direita baixa.)

            MARIDO (Dentro.)  - O meu frasco de água de colónia!

            JOANA (Dentro.) - Que pena!

            MARIDO (Dentro.) - Ah! cá estão as chaves! (Voltam à cena, de braço dado e dirigem-se para a porta.)

            JOANA- Já estou cansada. (Procura na mala.) Não tenho lenço.

MARIDO - Oh que maçada! Quanto mais pressa, mais vagar. (Sai correndo pela direita baixa.)

            JOANA – Vê na cómoda!

            MARIDO (Voltando com um lenço na mão.) - Toma, toma... Gaita! (Dá-lho.)

            JOANA - Vamos! (Encaminham-se para a saída. Batem à porta.)

            AMBOS - Não!...

            JOANA (Fora de si.) - Não estou em casa!

            MANUELA (Espreitando.) – Dão licença?...

            AMBOS – Outra?...

            JOANA (Caindo extenuada na poltrona.)  - Uf!

 

Cai o Pano.

  



publicado por Manuel Maria às 00:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Segunda-feira, 3 de Agosto de 2009

 

 
Foto retirada do Panoramio 

 

Olhos azuis

Aquosos como um rio,

Ora levando as hortas,

Ora secando no leito;

Difícil era saber onde acabava o homem

E começava a água...

 

Pois estes Olhos d’agua,

Vermelhos da lama e lodo

Do Poço da Andorinha,

Descendo o Pindelo,

Engrossando o Côa,

Mansos desaguaram

No mar.

 



publicado por Manuel Maria às 18:38 | link do post | comentar

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